Foto: Divulgação |
Em entrevista ao iBahia, Márcio Victor, vocalista da banda Psirico, falou sobre as novidades para o Carnaval 2012. O cantor revelou em primeira mão as apostas para o verão: "'Te Quero Delícia' que gravei com Ivete Sangalo, e 'Bate Cabelo' são as minhas já indicadas, a gente pensava em outras mas o povo elegeu as duas", explicou.
Como de costume, Márcio vai fazer uma homenagem em cima do trio. No ano passado quando o tema do Carnaval era Percussão, ele se caracterizou como o artista que lhe introduziu ao mundo da música e lhe ensinou os primeiros instrumentos: Carlinhos Brown, grande amigo que costuma chamar de "pai" e "mestre. Porém, o cantor preferiu não revelar o próximo homenageado, mas deu uma pista: "É algo ligado a imprensa. É um negócio muito bom que se a gente falar antes vai perder a graça".
O tradicional bloco das "Muquiranas" puxado por Márcio todo ano terá como tema da fantasia de 2012, Cleópatra, a rainha do Egito. "Já estou buscando a pele de uma cobra que é única, vou me vestir todo com ela, que já está em extinção e só tem na Amazônia", detalhou o cantor.
Baixar as Cordas
Questionado sobre a possibilidade de baixar as cordas, como fez o cantor Saulo da banda Eva no Carnaval passado e pretende fazer Claudia Leitte em 2012, Márcio afirmou que a ideia é boa mas precisa ser colocada em prática com cuidado. "Ainda acho que precisa se conversar para saber o que é melhor. Se for no intuito de aliviar o trabalho do cordeiro e dos profissionais que trabalham naquilo, eu acho massa! Eu quero que seja de graça para o povo, mas que não tenha polícia batendo em quem está alí, quero que tenha estrutura", disse.
O vocalista do Psirico já apresentou a prefeitura um projeto, mas não obteve resposta. "Já pedi ao prefeito para fazer isso, tocar para o povão, só que está demorando oito anos. Eles não tem interesse em me pagar e quando paga é depois de oito ou dez meses", explicou o cantor que ainda acrescentou: "É assim que acontece com outros, então desencoraja a gente".
Em continuidade, Márcio levantou questões e falou sobre as dificuldades de colocar a ideia em prática. "Eu acho que é uma coisa que precisa ser muito bem calculada porque não vai ser fácil. Que melhoria vai trazer? Pra quem? Qual o interesse? O governo vai bancar? Se for no mangue vai ser muito mais perigoso, vai acabar queimando o evento e aí é que vai ser difícil de controlar e de trazer turistas para cá, porque aí você tem a cultura da briga, dos funcionários que ganham pouco. O governo deve ter um repasse de dinheiro pouco, mas a gente precisa buscar o crescimento dessas contas antes de tirar as cordas", frisou.
O cantor afirmou que existe problemas na organização do Carnaval, mas que não cabe a ele "falar o tempo todo". "Acabo sendo o estranho, mas quando eles acordarem para isso, eles vão entender que precisa trazer mais melhorias para o povo, para igualar quem paga de quem não paga".
Blocos Afros
A organização do Carnaval para Márcio é desigual. "A mídia não tem interesse em mostrar os blocos afros, isso faz com que a organização aperte estes blocos e destrua a nossa forma linda de ver o trabalho dos terreiros de Candomblé. Eles passam o ano todo se preparando para apresentar o trabalho só às quatro, cinco horas da manhã porque a mídia não quer mostrar alegando que aquilo não traz audiência. Eu ainda acho que o Ilê Aiyê é a coisa mais bonita de se ver no Carnaval", revelou o cantor.
O Psirico para Márcio traz muitas características dos blocos afros. "É por isso que temos conquistado tanta visibilidade. O grupo traz em sua essência essa cultura que deve ser mostrada e mantida viva. Não podemos trocar o tambor e o timbau por uma guitarra de Rock in Roll americana", explicou o cantor que fez questão de dizer que atrasaria o seu horário para priorizar estes blocos. "Eu mudaria o meu horário, assim como deveria alterar o de Ivete, Daniela e Claudinha para dar visibilidade a nossa cultura".
Percussão na Bahia
"Caótico" foi a definição de Márcio para o cenário da percussão baiana. "Os tambores não podem parar de soar na Bahia", disse o cantor que ressaltou a falta de valorização do instrumento. "Estamos perdendo a força porque não estão dando continuidade ao que foi feito por Neguinho do Samba, Carlinhos Brown e Margareth".
Para Márcio existem leis sem fundamento que impedem os artistas de tocar, o que consequentemente gera a desvalorização destes músicos. "A Sucom não libera que toquem nas ruas pela preocupação em ultrapassar decibéis, os terreiros de Candomblé que trouxeram a cultura da gente estão sendo barrados, depois de meia noite tem que parar de tocar, então porque não cria um 'Macumbódromo' ou 'Axezódromo'?", sugere.
Para Márcio existem leis sem fundamento que impedem os artistas de tocar, o que consequentemente gera a desvalorização destes músicos. "A Sucom não libera que toquem nas ruas pela preocupação em ultrapassar decibéis, os terreiros de Candomblé que trouxeram a cultura da gente estão sendo barrados, depois de meia noite tem que parar de tocar, então porque não cria um 'Macumbódromo' ou 'Axezódromo'?", sugere.
Fonte: Correio 24h
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